quinta-feira, 26 de agosto de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Vendedor de Sapatos




CENA IV





A cena se transforma em uma loja de sapatos. A tira os tênis da mala de B e os coloca em cima da mala-mesa. Enquanto A narra a cena, ela retira a mochila e os fones de B e leva-o da estação para dentro da loja. Durante a narração de A, B ajeita o tênis em cima da mala-mesa.





A - Nome, um sujeito. Signo, aquário. Dentre cadarços e vários pares de tênis, assim, dos mais variados tipos e cores, ele se fazia e se re-fazia. Dentre os vários empregos, o que mais gostava era em uma sapataria; gostava de viver entre calçados, sonhava em gastar solas e mais solas de sapatos. Enquanto o sujeito não desfrutava de sua coleção de tênis, pois ainda não tinha uma, mascava sua goma de mascar. Seus dentes já estavam sensíveis, mas ele insistia em mascar. Como de costume, uma vez na estação esperando seu trem, percebeu que o par de tênis que calçava encontrava-se num estado lastimável. Imediatamente, no susto, tirou seus fones de ouvido e parou de mascar seu chiclete. Seu coração disparou. Passou um trem, passou outro, e o terceiro, e o sujeito permanecia catatônico, com o olhar fixo em seus pés. Há quanto tempo eles estão assim? Será que silver-tape resolve? Como fui dar conta disto só agora? Há tempos, fazia daquela estação de trem o seu templo particular onde meditava e filosofava sobre, quantos passos é daqui á Mongólia, coisas assim, deste naipe. Mas quem quer saber? Que trabalho enfadonho, masturbar sonhos, ilusões e afins.


Bruno Antiqueira

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

The Boy Who Knew Too Much


Esses dias aqui parados no hospital são incríveis para conhecer novos ícones pops, ainda mais numa cultura em que tudo é tão descartável, se não ficamos sabendo do que rola hoje, amanhã seremos alienados...

Enfim, escutando uma rádio inglesa que curto pela net, tocou uma tal de “Rain” de um cara chamado Mika. Já tinha escutado falar dele, pois antes de perder meus cabelos com a quimio, um amigo comparou minha aparência com a desse cantor. Como já tinha um cantor predileto cujo álbum deveria ter derretido e grudado no meu som de tanto escutar a mesma música, não dei muita bola.

O fato é que aqui, escutei essa tal de Rain e fui procurar seus outros trabalhos. Paixão instantânea. Mika ainda está no começo da carreira, segundo CD. Mas nos dois já conseguiu mostrar uma qualidade e certeza estética que bate diversas referências numa grande travessa de caramelo ácido, que acaba tornando-se um doce delicioso e divertido, o chato é que acaba rápido e você fica louco por mais.

Suas músicas me lembram aqueles pirulitos doces e levemente azedos, que vinham com um saquinho de chicletes que estouravam na boca. Seus vídeos brincam com uma linguagem infanto-juvenil, muitas cores, mas longe de parecer algo retardado e suas letras estão longe de serem melosas ou adocicadas, elas são justamente o pó que estoura na boca e é tão divertido pra acabar com a rotina de um simples pirulito!

Além de uma qualidade vocal impressionante, que varia de agudos pra graves do nada. Na Inglaterra já dizem que ele é o novo Fred Mercury! Isso que o cara era dislexo na infância e sofreu com o preconceito dos professores na França e o bulling por parte dos colegas. Superação, do rejeitado da turma pra cantor adorado no hemisfério norte!

Eduardo Walger

domingo, 25 de outubro de 2009

Uma Passagem sobre Transportes Terrestres e Intergaláticos


"O problema com a maioria das formas de transporte é que basicamente não valiam a pena. Na Terra - quando havia uma Terra, antes de ela ter sido demolida para dar lugar a uma via expressa hiperespacial - o problema eram os carros. As desvantagens envolvidas em arrancar toneladas de gosma preta e viscosa do subsolo, onde tal gosma tinha ficado escondida em segurança e longe de todo mal, tranformá-la em piche para cobrir o chão, fumaça para infestar o ar e espalhar pelo resto do mar, tudo isso parecia anular as aparentes vantagens de se poder viajar mais rápido de um lugar para outro. Especialmente quando o lugar a que se chegava tinha ficado, por conta dessa coisa toda, muito parecido com o lugar que se tinha saído, ou seja, coberto de piche, cheio de fumaça e com poucos peixes.

E os raios de transferência de matéria então! Qualquer meio de transporte que envolva destroçar seu corpo em pedaços, átomo por átomo, lançar esses átomos pelo subéter e depois reconstruí-los logo quando estavam sentindo o primeiro gosto de liberdade em muitos anos, com certeza não seria algo muito bom."



Trecho de O Restaurante no Fim do Universo de Douglas Adams





*Sugestão: leia antes Guia do Mochileiro das Galáxias do mesmo autor.

por Ju Fayet

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MEU MAIS SINCERO ADEUS...E UM SUSPIRO SALGADO!



a vida é feita de ciclos.
o ar entra e sai dos pulmões como se fosse de casa.
tenho branquias.
e continuo sempre.
as vezes nem paro pra olhar se vem carro.
reto todavida!
com medo com frio com fome com sono
just keep swimming

claudia souza